NÃO É SAUDOSISMO...

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... APESAR DE TER PASSADO, EM MINHA EXISTÊNCIA, PELOS MOVIMENTOS O PETRÓLEO É NOSSO E O NEFASTO PERÍODO DITATORIAL. SEMPRE APRENDI QUE ONDE HÁ FUMAÇA HÁ FOGO E NA POLÍTICA E RELAÇÕES INTERNACIONAIS SE APLICA MUITO BEM ESSE ADÁGIO POPULAR. LONGE DE SER ANTIAMERICANO E XENÓFOBO, ANALISO BEM ANTES DE EMITIR QUALQUER
OPINIÃO OU PENSAMENTO. TENHO RECEBIDO MUITOS LINKS E E-MAILS TRATANDO DO ASSUNTO INTERNACIONALIZAÇÃO DA AMAZÔNIA E JÁ POSTEI EM OUTRO BLOG, ALGUMAS CONSIDERAÇÕES SOBRE O ASSUNTO. POR FORÇA DA MINHA PROFISSÃO - ANALISTA DE SISTEMAS - FUI PESQUISAR NA REDE O QUE HAVIA SOBRE O ASSUNTO. DEPAREI-ME COM APROXIMADAMENTE 23.300 LINKS. SE CONSIDERAR-MOS QUE PODEM HAVER 50% DE REPIQUES, AINDA SOBRAM AINDA 11.500 OPINIÕES. SE CONSIDERARMOS
50% PARA PRÓ E 50% PARA CONTRA, ENCONTRAREMOS 5.750 QUE SÃO CONTRA A INTERNACIONALIZAÇÃO DA AMAZÔNIA. VAMOS COMBINAR QUE SÓ 10% SEJAM POSIÇÕES BEM FUNDAMENTADAS E QUE POSSAM SER COMPROVADAS, SOBRAM 575 ARTIGOS QUE MANDAM EMBORA OS YANKEES( NÃO PODEM SER CHAMADOS ESTADOUNIDENSES, POIS OS MEXICANOS E BRASILEIROS TAMBÉM O PODEM SER - NORTEAMERICANOS TAMBÉM NÃO, POIS MEXICANOS E CANADENSES TAMBÉM O SÃO) - NÃO PEJORATIVO. VOU EM BUSCA DOS 575 ARTIGOS COERENTES.

quarta-feira, 27 de julho de 2011

Por que os EUA têm medo de mim? por Raquel Gutierrez via esquerdeopata

quarta-feira, 27 de julho de 2011


Por que os EUA têm medo de mim?

RAQUEL GUTIERREZ

Na quarta-feira, 20 de julho de 2011, às 10h35,
embarquei no vôo 033 da Aeroméxico, na Cidade
 do México, para ir a Barcelona. Ali eu faria uma
 conexão com um vôo da Alitalia com destino à Itália,
 onde me reuniria com amigos para compartilhar
experiências sobre lutas latino-americanas. O vôo
estava prosseguindo normalmente até pouco após a meia-noite, quando o comandante
 disse que íamos retornar a Monterrey, no México, porque o espaço aéreo dos Estados
 Unidos tinha sido fechado.

Para minha surpresa extrema, quando desembarcamos em Monterrey, um pouco
 depois da 1h, uma comissária de bordo solicitou minha identificação e então pediu
 que eu recolhesse minhas coisas e a acompanhasse para fora do avião. Quando
 cheguei à porta, alguns policiais federais mexicanos e dois ou três funcionários da
Aeroméxico pediram que eu me identificasse novamente e que deixasse o avião. Eu
 disse a eles que não sairia do avião enquanto eles não me explicassem o que estava
acontecendo. Eles falaram: "O governo dos Estados Unidos recusou o avião porque
 você está nele".

Fiquei espantada. Uma pessoa simpática da Aeroméxico em Monterrey me disse
que a empresa também ficara espantada e que veria o que era possível fazer.
Não tive outra escolha senão descer do avião. Os policiais federais me pediram
para entregar uma cópia do meu passaporte. Acho que as jovens funcionárias da
Aeroméxico ficaram tão estarrecidas quanto eu.

Aguardamos no aeroporto por uma hora e meia até que eles finalmente puderam
deixar o avião repartir. Depois disso, me levaram para um hotel. Eu estava
assustada e enfurecida. Pedi que me conseguissem um lugar no primeiro vôo de
volta à Cidade do México, coisa que concordaram em fazer. Tive um sentimento
de choque e vulnerabilidade profunda e queria desesperadamente voltar para a
segurança de minha casa.

Eu estava furiosa. Como podem essas "autoridades dos Estados Unidos" agir com
tamanho despotismo? Como é que elas têm o poder de obrigar uma passageira a
descer de um avião pertencente a uma companhia aérea de outro país, que está a
 caminho de um país que não é os EUA, deixando a passageira no meio do norte do
México, de madrugada?

As autoridades americanas deveriam explicar o perigo que teria sido causado se
eu tivesse voado 30 mil pés acima da América. Já sobrevoei os EUA diversas
vezes nos últimos anos sem qualquer problema; logo, trata-se de uma mudança
na política dos EUA? Quero que essas autoridades expliquem como ou por que
decidiram o que decidiram, porque suas decisões são não apenas tolas, mas
 também arbitrárias. E quero saber se empresas aéreas estrangeiras sempre
mostram suas listas de passageiros aos territórios que sobrevoam, ou se apenas
 o fazem aos EUA, e desde quando? E este tipo de coisa é uma ocorrência
 frequente? Quantos outros passageiros foram obrigados a retornar desta maneira?

Acho que devo constar de uma lista negra dos EUA, embora nunca tenha sido
informada do fato. Suponho que eu esteja em uma lista negra porque fui presa
na Bolívia em 1992 em função de meu ativismo político. Fui torturada, encarcerada
e acusada --juntamente com o atual vice-presidente eleito da Bolívia, Álvaro
Garcia-- de integrar uma organização guerrilheira. A acusação foi arquivada por
 falta de provas, e todas as acusações contra mim foram oficialmente arquivadas
em 2007.

Aqueles entre nós que constamos de uma "lista negra" do governo dos EUA --por
uma grande gama de razões em muitos casos absurdas-- não estamos pedindo que
nos deixem entrar nesse país. É uma aberração não permitir que um avião viaje pelo
 ar quando nós estamos a bordo dele.

Muitos vôos comerciais que partem do México com destino à Europa passam pelo
espaço aéreo dos Estados Unidos; será que qualquer mexicano que os EUA decidam
incluir em uma lista negra terá que encontrar rotas alternativas? Minha preocupação
não é apenas comigo mesma. Qualquer pessoa --homem, mulher ou criança-- que viaja
deve poder fazê-lo ciente de que não será arbitrariamente impedida de chegar a seu
destino.


Raquel Gutierrez Aguilar é professora de sociologia na Universidade Autônoma 
de Puebla. Ela participou das guerras da água de Cochabamba, na Bolívia, em 2000.


Tradução de Clara Allain


Leia mais em: O Esquerdopata: Por que os EUA têm medo de mim?
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