América do Sul terá que dobrar geração de energia para evitar apagão
Os países da América do Sul terão que dobrar a sua geração de eletricidade, caso queriam evitar blecautes num futuro próximo. O alerta consta de um recente estudo da Comissão Econômica para a América Latina e Caribe (Cepal).
"A energia pode chegar a ser um obstáculo para o desenvolvimento da região, se a produção energética não acompanhar o aumento da demanda gerada pelo crescimento econômico" Assim afirmou o engenheiro e economista uruguaio Beno Ruchansky, da Divisão de Recursos Naturais e Infraestrutura da Cepal (BBC Brasil, 12/08/2011).
Não há almoço grátis
Segundo o especialista, o risco de apagão para os próximos anos é consequência do forte crescimento das economias da região, o que redunda na ampliação da demanda por energia.
"São necessários aproximadamente mais 200 gigawatts de capacidade de geração de energia. No total, incluindo as linhas de transmissão, esse pacote custaria mais de 500 bilhões de dólares... Sabemos que não existe varinha mágica, mas também sabemos que este debate é importante para que os avanços necessários sejam realizados"
Garantia energética
O estudo da Cepal ressalta outros aspectos importantes em relação à eletrificação da América do Sul, como a importância de se garantir o acesso das populações da região à energia elétrica, destacando a importância não só econômica – mas também social – de tal insumo tecnológico. Para a Comissão, é importante que haja um consenso político e econômico, de modo a que o consumidor possa pagar pelo serviço, assim como garantir que o fornecimento chegue às áreas que atualmente carecem de tal recurso.
Obstáculos ambientalistas
Ruchansky destacou também as pressões abientalistas contra os projetos de eletrificação da região, em especial em relação à construção de hidrelétricas. O especialista da Cepal citou os casos de Belo Monte, no norte do Brasil, e de Hidroaysen, no sul do Chile, como exemplos da obstaculização promovida por ONGs internacionais.
Já há déficit energético
Todavia, o alerta da Cepal não é mera especulação, já havendo exemplos concretos de apagões na América do Sul. Um exemplo é o Peru, cujo presidente, Ollanta Humala, anunciou no início deste mês que o país terá que importar energia do vizinho Equador, devido ao déficit de linhas de transmissão que conecte os centros geradores do sul do país às cidades ao norte. Outro exemplo é a Bolívia, cujo presidente, Evo Morales, fez um apelo, há duas semanas, para que os cidadãos racionem o consumo eletricidade. O mandatário boliviano sublinhou que a principal hidrelétrica do país, Guaracachi, está “sobrecarregada” e afirmou que «devemos ter mais cuidado com o uso da nossa eletricidade».
Ambientalismo radical
Já o diretor do Centro de Economia dos Recursos Naturais e Meio ambiente da Universidade do Chile, o economista Eugenio Figueroa, disse que a economia local cresce a um ritmo de cerca de 5% anual nos últimos 20 anos. Com isso, é de suma importância desengavetar projetos de geração de energia, como a hidrelétrica de Hidroaysen, que gera críticas dos ambientalistas, de «forma exagerada» — nas palavras do próprio especialista chileno.
Movimento de Solidariedade Íbero-americana
Créditos ➞ este post é matéria apresentada no Boletim Eletrônico MSIa INFORMA, do MSIa – Movimento de Solidariedade Íbero-americana, Vol. III, No 14, de 19 de agosto de 2011. Introduzi subtítulos no texto para facilitar e incentivar a leitura.
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