NÃO É SAUDOSISMO...

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... APESAR DE TER PASSADO, EM MINHA EXISTÊNCIA, PELOS MOVIMENTOS O PETRÓLEO É NOSSO E O NEFASTO PERÍODO DITATORIAL. SEMPRE APRENDI QUE ONDE HÁ FUMAÇA HÁ FOGO E NA POLÍTICA E RELAÇÕES INTERNACIONAIS SE APLICA MUITO BEM ESSE ADÁGIO POPULAR. LONGE DE SER ANTIAMERICANO E XENÓFOBO, ANALISO BEM ANTES DE EMITIR QUALQUER
OPINIÃO OU PENSAMENTO. TENHO RECEBIDO MUITOS LINKS E E-MAILS TRATANDO DO ASSUNTO INTERNACIONALIZAÇÃO DA AMAZÔNIA E JÁ POSTEI EM OUTRO BLOG, ALGUMAS CONSIDERAÇÕES SOBRE O ASSUNTO. POR FORÇA DA MINHA PROFISSÃO - ANALISTA DE SISTEMAS - FUI PESQUISAR NA REDE O QUE HAVIA SOBRE O ASSUNTO. DEPAREI-ME COM APROXIMADAMENTE 23.300 LINKS. SE CONSIDERAR-MOS QUE PODEM HAVER 50% DE REPIQUES, AINDA SOBRAM AINDA 11.500 OPINIÕES. SE CONSIDERARMOS
50% PARA PRÓ E 50% PARA CONTRA, ENCONTRAREMOS 5.750 QUE SÃO CONTRA A INTERNACIONALIZAÇÃO DA AMAZÔNIA. VAMOS COMBINAR QUE SÓ 10% SEJAM POSIÇÕES BEM FUNDAMENTADAS E QUE POSSAM SER COMPROVADAS, SOBRAM 575 ARTIGOS QUE MANDAM EMBORA OS YANKEES( NÃO PODEM SER CHAMADOS ESTADOUNIDENSES, POIS OS MEXICANOS E BRASILEIROS TAMBÉM O PODEM SER - NORTEAMERICANOS TAMBÉM NÃO, POIS MEXICANOS E CANADENSES TAMBÉM O SÃO) - NÃO PEJORATIVO. VOU EM BUSCA DOS 575 ARTIGOS COERENTES.

domingo, 30 de outubro de 2011

Manifestar-se Contra a Corrupção

POLÍTICA

Manifestar-se Contra a Corrupção

A palavra “manifestar” tem uma etimologia curiosa, que pode nos ajudar a entender porque determinados temas fazem com que as pessoas se manifestem, enquanto outros não.
Como muitas do português, ela vem do latim, e sofreu poucas modificações na sua evolução. Não é difícil imaginar sua proveniência: manufestare, composta pelo substantivo manus (mão) e o verbo festare (cortar, separar), presente em defendere (afastar, repelir) e offendere (machucar, ferir). Originariamente, queria dizer “pegar com as mãos”.
Desde a Roma Antiga, “manifesto” - manifestus em latim - é sinônimo de “claro”, “evidente”, “provado”, “palpável”. O elemento festus, que aparece também em infestus (hostil, inimigo), nada tem a ver com a palavra homófona, que quer dizer “festa”, “feliz”, “ (essa provem da raiz indo-européia dhes, de sentido religioso, de onde vem fanum (templo) e feria (dia de repouso cerimonial).
Subjacente à ideia de manifestar-se, está, portanto, a de evidenciar-se através da ruptura, dar-se a conhecer pela diferença. Provocar a atenção dos outros, mostrando não ser igual.
Ir para a rua dançar no carnaval, seguindo um trio elétrico, não é, portanto, uma manifestação, mesmo que atraia a curiosidade alheia. Nem acompanhar seu time do coração quando desfila pela cidade, depois de vencer um campeonato. Nos dois casos, o que há é, apenas, festejar.
Na política, manifestar-se envolve uma tomada de posição. É dizer “sim” a alguma coisa. Consequentemente, “não” a outras. E querer fazer com que alguém ouça o recado.
Sem adversários, sem aqueles a quem o “não” é direcionado, é impossível afirmar. Não se toma posição sem contraposição. A quem atrairíamos, a quem convenceríamos, se ninguém está do outro lado? Se todos estão de acordo?
Alguém vai para a rua manifestar-se a favor do Brasil? Só se aparecer algo que o ameace. Se “interesses externos”, por exemplo, colocarem o país em risco. Se houver alguém que o deprecie, o humilhe.
Seria possível uma manifestação a favor da incompetência no serviço público? Que houvesse gente que fosse acampar na frente do Congresso, na Cinelândia ou na Praça da Sé, para mostrar que está do lado de funcionários despreparados, preguiçosos ou mal-educados? É porque isso não faz sentido que essa manifestação nunca existiria.
Há quem se pergunte por que os brasileiros (salvo pequenas minorias) não se manifestam contra a corrupção. Por que, apesar das perorações dos principais veículos de comunicação, a maioria das pessoas não se motiva a participar das manifestações que, vez por outra, são convocadas.
A resposta é simples. Quase ninguém se manifesta contra porque ninguém se manifesta a favor. Não há atenção a ser ganha, não há alguém a ser convencido, catequizado.
Para levar a maioria da população às manifestações anticorrupção, não basta mostrar que ela existe, denunciá-la. É preciso convencê-la de que alguém a quer, gosta dela, a defende. Que haja a “pró-corrupção”.
Quando a oposição ao governo Dilma, seja política, seja a que é feita por alguns veículos de comunicação, mostra, por exemplo, que cinco ministros saíram em meio a denúncias de corrupção, não faz mais que o esperado. Mas não é suficiente para provocar a “indignação” das pessoas.
A razão é que elas não acreditam que Dilma estivesse de acordo com o que, aparentemente, seus ex-ministros tinham feito. Tanto não estava, que os demitiu.
Indignar-se contra quem? Manifestar-se contra os corruptos? Mas quem os defende? Salvo o Justo Veríssimo, nem o mais ladrão dos larápios.
Nos últimos vinte anos, tivemos dois presidentes que enfrentaram graves turbulências provocadas por denúncias de corrupção. Um sofreu impeachment, o outro se reelegeu no ano seguinte e se tornou a maior liderança popular de nossa história.
A vasta maioria da população se convenceu de que Collor era culpado pela corrupção em seu governo e se beneficiava pessoalmente dela. No mensalão, apenas uma minoria pensava assim de Lula.
Collor enfrentou manifestações, caras pintadas e camisas pretas, porque as pessoas temeram que o sistema político não fizesse nada se elas ficassem caladas. Não houve uma só contra Lula.
A população brasileira rejeita completamente a corrupção. É lenda que vote em quem “rouba, mas faz”. E se manifesta quando tem certeza da responsabilidade de alguém.
Não há manifestações contra Dilma porque as pessoas não a veem como adversária. Para elas, a presidente é uma aliada.

Marcos Coimbra é sociólogo e presidente do Instituto Vox Populi

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